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7 de Agosto 2014

 

Hoje era manhã de asfáltica... em solitário, com intenções de alargar o percurso até ao território alentejano… e assim foi!

 

Saí cedo… com objectivo de cedo chegar. 7:00, abandonei a cidade via IP2, rumo às Sarnadas de Rodão, cortando à direita rumo à estrada nacional 18, dirigindo-me a  Vila Velha de Rodão. Adoro o fresco matutino desta hora… com as cores do sol efervescente a antever uma manhã quente lá mais para diante.

 

Fiz uma paragem (obrigatória) no tabuleiro férreo da ponte com vista para o Tejo e as Portas de Rodão em pano de fundo. Sempre uma paisagem deslumbrante em qualquer altura do ano.

 

Prossegui para terras pertencentes ao distrito de Portalegre, em sentido ascendente com visualização das curvas do Tejo à minha esquerda. A enorme placa “Alentejo” no final da subida faz-me lembrar que o Alentejo não é assim tão plano! Eheheh…

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Agora em terreno mais favorável à velocidade e com uns sobes e desces aqui e acolá, lá cheguei à pacata e bonita vila alentejana de Nisa, caracterizada pelo seu típico casario de faixa colorida amarela e azulada a alegrar as ruelas da localidade. Parei na praça principal e sentei-me numa das esplanadas onde o chamariz foi o toldo que dizia “bolos regionais”! Desfrutei da bolaria regional e de uma malguinha de café que me deu alento a prosseguir estrada fora!

 

Via N18, e pouco mais de uma dezena de km’s à frente entrei em Alpalhão, freguesia do concelho de Nisa, típica vila alentejana, também afamada pela feira - Bienal da Pedra, que já tive o prazer de visita à uns anos atrás. Hoje a passagem foi mais fugaz, sem paragens e com tomada de direcção IP2, ladeando Gáfete e Tolosa.

 

O calor do meio da manhã começava agora a apertar e a fazer-se sentir na pele. Cheguei à Barragem do Fratel parei um pouco para contemplar aquela obra de engenharia. Circunstâncias da vida ditaram que esta paragem fosse também para atender um telefonema com notícias infelizes… falecera de forma súbita um familiar nosso. Um soco no estômago… um amargo de boca, a nossa mente foge e embrenha-se num rol de memórias! Fico sem vontade de continuar a pedalar!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Subo até às proximidades de Gardete, quase sem sentir os 9% de inclinação média da subida! O corpo está deslocado da mente e a bicicleta é apenas um acessório ali presente. Combino com a minha esposa para me vir buscar no cruzamento do Perdigão.

 

Pelo constante sobe e desce da estradinha que ladeia a A23, ora pela direita ora pela esquerda, também o pensamento oscila em altos e baixos. Ansiava por chegar ao Perdigão, poder encostar a bicicleta e fechar os olhos um pouco. Fazer o luto!

 

Cada km, parecia não terminar e a distância custou-me a cumprir! Cheguei ao cruzamento do Perdigão pelas 12h com cerca de 110km’s percorridos. A volta estava terminada! Hoje de uma forma célere, inesperada e também triste! Venham voltas futuras… sem telefonemas destes!

 

Até lá… boas pedaladas!

João Valente

 

Nisa, Alpalhão e Perdigão

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